Fiocruz estuda produção nacional de antiviral contra a Covid
Antiviral molnupiravir é desenvolvido pela empresa norte-americana MSD (Merck Sharp & Dohme)
atualizado
Compartilhar notícia

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estuda a possibilidade de produzir o antiviral molnupiravir em território nacional. Desenvolvido pela empresa norte-americana MSD (Merck Sharp & Dohme), o remédio é destinado ao tratamento imediato de Covid-19 em pessoas expostas ao vírus.
O laboratório brasileiro informou, na última semana, que participará dos testes clínicos de fase 3 do medicamento. No entanto, nesta sexta-feira (15/10), a Fiocruz anunciou que também está em “conversas avançadas” com a MSD para definir uma forma de o da população ao remédio.
As negociações ocorrem por meio do Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fiocruz (Farmamanguinhos). “A Fiocruz está em conversas avançadas com a farmacêutica americana MSD (Merck Sharp & Dohme) para definir a melhor forma de o à população brasileira e um modelo de cooperação técnica”, informou a organização.
Segundo a Fiocruz, uma comissão ligada à instituição avalia uma série de “projetos candidatos para o tratamento da Covid-19”. “Os projetos enviados à Fundação am por avaliação de uma comissão técnica criada para essa finalidade, com o objetivo de avaliar os resultados preliminares e a tecnologia de produção”, informou o laboratório.
Além da possibilidade de fabricação do molnupiravir em território brasileiro, a fundação estuda a utilização do antiviral no enfrentamento de outras doenças, como dengue e chikungunya.
Estudos
De acordo com a Fiocruz, estão em andamento dois estudos globais de fase 3 do medicamento. O primeiro deles, mais adiantado, mostrou que o medicamento reduziu em cerca de 50% o risco de hospitalização ou morte por Covid.
“Até o 29º dia, nenhuma morte foi relatada em pacientes que receberam molnupiravir, em comparação com oito mortes em pacientes que receberam placebo. Os dados demonstraram que 7,3% dos pacientes que receberam molnupiravir foram hospitalizados ou morreram até o dia 29 após a randomização, em comparação com 14,1% dos pacientes tratados com placebo”, atestou a organização.
O remédio também demonstrou “eficácia consistente” contra as variantes Gama, Delta e Mu.
Testes no Brasil
O segundo teste, recém-iniciado, avalia o uso do medicamento para evitar a transmissão da Covid entre pessoas expostas ao vírus. “Ou seja, que residem com uma pessoa que testou positivo para Covid-19 nas últimas 72 horas e apresenta pelo menos um sintoma associado à Covid”.
No Brasil, a pesquisa é realizada no Amazonas, Rio Grande do Sul e São Paulo. Os voluntários receberão a pílula duas vezes ao dia, durante cinco dias consecutivos.