Dólar muda sinal e cai, à espera de solução para IOF. Bolsa sobe
No dia anterior, dólar fechou em baixa de 0,75%, cotado a R$ 5,675. Ibovespa, principal índice da Bolsa, recuou 0,18%, aos 136,7 mil pontos
atualizado
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O dólar inverteu o sinal e ou a operar em queda nesta terça-feira (3/6), em um dia no qual os investidores estão em como de espera por possíveis anúncios do Ministério da Fazenda envolvendo o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
No cenário externo, o mercado continua acompanhando os desdobramentos da guerra comercial deflagrada pelos Estados Unidos de Donald Trump contra a China e mais de uma centena de países.
Dólar
- Às 13h48, o dólar caía 0,5%, a R$ 5,647.
- Mais cedo, às 11h55, a moeda norte-americana recuava 0,56% e era negociada a R$ 5,644.
- Na cotação máxima do dia até aqui, o dólar bateu R$ 5,711. A mínima é de R$ 5,641.
- No dia anterior, o dólar fechou em baixa de 0,75%, cotado a R$ 5,675.
- Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 0,75% em junho e de 8,17% em 2025 frente ao real.
Ibovespa
- O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), também mudou de direção e ou a operar em alta.
- Às 13h51, o indicador avançava 0,25%, aos 137,1 mil pontos, rondando a estabilidade.
- Na véspera, o Ibovespa fechou o pregão em queda de 0,18%, aos 136,7 mil pontos.
- Com o resultado, o índice acumula perdas de 0,18% no mês e ganhos de 13,72% no ano.
Solução para o IOF
No cenário doméstico, os investidores mantêm suas atenções voltadas às discussões em Brasília sobre o aumento de alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O IOF é um tributo federal que alcança pessoas físicas e empresas e incide sobre operações que envolvem crédito, câmbio, seguros e títulos mobiliários.
O eventual anúncio de novas medidas relacionadas ao IOF deve envolver o Poder Legislativo, em costura liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que se desgastou politicamente com o anúncio do aumento de alíquotas do imposto na semana ada – e com as idas e vindas em torno do que havia sido anunciado.
Haddad pretende encontrar uma solução para o ime antes mesmo do prazo de 10 dias acordado com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca para a França na noite desta terça-feira em uma viagem oficial. Nesta terça, o ministro deve se reunir com Lula para tratar do assunto.
“Para nós [equipe do Ministério da Fazenda], o fato do presidente [Lula] embarcar amanhã à noite [nesta terça] significa que nós temos hoje e amanhã em sintonia com as Casas, porque a gente já sabe exatamente o que está na mesa: é definir qual vai ser o recorte que vai ser dessas medidas e apresentar para os três presidentes”, disse Haddad na manhã dessa segunda-feira (2/6) ao chegar ao Ministério da Fazenda.
O desafio de Haddad é encontrar soluções em duas frentes: a curto prazo, com medidas que possam ser aplicadas e surtir efeitos já em 2025, e a médio e longo prazos, para o futuro fiscal do país. Algumas mudanças que exigem noventena ou anterioridade, por exemplo, não podem ser aplicadas para resolver os problemas fiscais deste ano.
O governo federal publicou o detalhamento da regulamentação na tributação do IOF sobre operações de crédito, câmbio e seguro.
Segundo o Ministério da Fazenda, o objetivo da medida é assegurar o equilíbrio fiscal, bem como criar harmonia entre política fiscal e política monetária.
No mesmo dia do anúncio, o Executivo decidiu revogar a elevação do IOF para aplicações de investimentos de fundos nacionais no exterior. Com isso, a alíquota continua zerada nesses casos.
Inicialmente, a estimativa de arrecadação era de R$ 20,5 bilhões em 2025. Mas, com a mudança de partes do decreto, a equipe econômica deve fazer um novo cálculo — ainda não informado.
Haddad tem dito que não há alternativas ao IOF. Nessa segunda, ele descartou a possibilidade de usar uma alta na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para substituir a derrubada do decreto relativo ao IOF.
Entrevista coletiva de Lula
O mercado financeiro também repercute a entrevista coletiva concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no fim da manhã, no Palácio do Planalto.
“Daqui uma hora, vai ter um almoço na minha casa para saber se o acordo está feito ou não para anunciar a compensação. Estamos discutindo com o Senado e a Câmara. Sou favorável, não tem segredo. Antes de qualquer medida, temos de reunir os líderes, os presidentes da Casa”, afirmou.
O tarifaço de Trump
Nos EUA, os olhos do mercado seguem voltados para a Casa Branca e as declarações do presidente norte-americano Donald Trump.
No fim da última semana, Trump voltou a fazer ameaças de novos aumentos de tarifa sobre o aço importado pelos EUA.
Na sexta-feira (30/5), o republicano disse que dobraria o imposto de 25% para 50%. A nova taxação entrará em vigor na quarta-feira (4/6) e também será aplicada ao alumínio.
Trump, para completar, acusou a China de violar o acordo do tarifaço. Pequim definiu a manifestação do presidente norte-americano como “infundada”.
Emprego nos EUA
Ainda nos EUA, um dado importante que chama atenção do mercado nesta terça-feira será divulgado pelo Escritório de Estatísticas do Departamento de Trabalho do governo norte-americano. Trata-se do relatório “Job Openings and Labor Turnover Survey” (Jolts), que traz o número de vagas de trabalho em aberto no país.
As vagas em aberto são as posições disponíveis dentro das empresas que os empregadores buscam preencher por meio de contratações.
Para participar do relatório Jolts, os empregadores recebem um formulário no qual informam o número de vagas em aberto na empresa no último dia útil do mês, além do número de contratações e demissões no período.
Em tese, portanto, o aumento na quantidade de vagas em aberto indica que as empresas pretendem aumentar suas contratações.