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O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou nesta sexta-feira (6/6) que o Exército continuará a atacar Beirute se o Líbano não desarmar o Hezbollah, após uma série de ataques israelenses contra o movimento libanês nos arredores da capital libanesa, nessa quinta-feira (5/6).
“Não haverá calma em Beirute, nem ordem ou estabilidade no Líbano sem segurança para o Estado de Israel. Os acordos devem ser respeitados. Se vocês não fizerem o que é necessário, continuaremos a agir, e com força”, declarou Katz em um comunicado. Pelo menos oito ataques aéreos israelenses atingiram o sul de Beirute, onde o Exército israelense afirmou ter atingido alvos da “unidade aérea” do Hezbollah.
O ministro israelense respondeu às declarações do presidente libanês, Joseph Aoun, que condenou na noite de quinta-feira (5) os ataques israelenses em território libanês e denunciou uma “violação flagrante” do cessar-fogo, em vigor desde 27 de novembro.
O premiê libanês Nawaf Salam também pediu à comunidade internacional que “assuma suas responsabilidades para dissuadir Israel de continuar seus ataques”. Já o presidente do Parlamento e aliado do Hezbollah, Nabih Berri, disse que “a agressão israelense visa todo o Líbano.”
O ministro da Defesa israelense respondeu “que o Exército libanês deve realmente agir para que o acordo de cessar-fogo seja respeitado.” Em outro comunicado, o Exército de Israel anunciou que “em breve realizaria um ataque contra locais subterrâneos de produção de drones, estabelecidos no coração de áreas civis” no sul de Beirute.
Violação de acordos
Os militares israelenses acusaram o Hezbollah de “trabalhar para aumentar a produção de drones para a próxima guerra” e considerou que “essas atividades constituem uma violação flagrante dos acordos entre Israel e o Líbano”, referindo-se ao cessar-fogo.
Esta foi a quarta vez que Israel atacou os subúrbios ao sul de Beirute, reduto do Hezbollah, desde o cessar-fogo entre Israel e o movimento islâmico. Segundo os termos do acordo, o grupo pró-Irã deve retirar suas forças e desmantelar toda infraestrutura militar ao sul do rio Litani, a cerca de 30 km da fronteira israelense.
A trégua pôs fim a mais de um ano de conflitos, que culminaram em dois meses de guerra aberta entre o Exército israelense e o Hezbollah, que abriu uma frente no início de outubro de 2023, disparando foguetes do sul do Líbano contra o norte de Israel.
O movimento justificou as operações dizendo agir em apoio ao movimento islâmico palestino Hamas, que está em guerra contra Israel na Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023.
Irã condena ataque
O Irã condenou nesta sexta-feira a “agressão” de Israel contra o Líbano. Os ataques constituem “um ato flagrante de agressão contra a integridade territorial e a soberania do Líbano”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghai.