Em assembleia, professores da rede pública do DF decidem manter greve
Professores da educação básica iniciaram greve por tempo indeterminado. No quarto dia do movimento, categoria decidiu manter braços cruzados
atualizado
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Em assembleia na manhã desta quinta (5/6), os professores da rede pública do Distrito Federal decidiram dar continuidade à greve da categoria. Essa foi a primeira reunião geral dos educadores desde o início do movimento paredista, na última segunda-feira (2/6).
A Justiça atendeu a um pedido do Governo do Distrito Federal (GDF) e definiu uma multa de R$ 1 milhão por dia mantido da greve, bem como o corte de ponto dos servidores que aderirem ao movimento, por considerar o movimento “abusivo”. Uma nova assembleia-geral está marcada para a próxima terça-feira (10/6).
Veja imagens:
O Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) cobra reajuste salarial, a reformulação da carreira e nomeações de profissionais efetivos aprovados em concurso da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF).
Antes da assembleia, diretores do Sinpro-DF participaram de reunião com representantes do GDF, inclusive da SEEDF e da Casa Civil. A categoria, porém, rejeitou a proposta apresentada pelo Executivo local para o fim da paralisação.
O governo distrital propôs a convocação de 3 mil professores em dezembro de 2025, com posse em janeiro de 2025; a prorrogação do prazo do concurso público em vigência, que vence em 27 de julho; o lançamento de novo certame; e a construção do calendário do novo plano de carreira da categoria, com acompanhamento pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). O sindicato considerou a proposta insuficiente.
Saiba as reivindicações da categoria
- Reajuste de 19,8%.
- Reestruturação do plano de carreira.
- Diminuição do tempo para chegar ao topo da tabela salarial.
- Pagamento do dobro do percentual de titulação atualmente aplicado para professores ou orientadores educacionais com especialização, mestrado e doutorado. Hoje, esses percentuais são, respectivamente, de 5%, 10% e 15% sobre o vencimento básico.
A mesa de negociação foi articulada pelo presidente da Corte, o desembargador Waldir Leôncio Júnior. O movimento do Judiciário resultou de uma reunião com representantes do sindicato, na noite dessa quarta-feira (4/6). Durante o encontro, a presidência do TJDFT assumiu o compromisso de buscar o diálogo entre as partes. E, para os educadores, a reabertura da mesa de negociação representou uma vitória.
Em relação à decisão que impôs a multa milionária, o Sinpro-DF protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF), nessa quarta-feira (4/6), uma Reclamação Constitucional com pedido de liminar contra a decisão da Justiça local. O sindicato pede que a Suprema Corte suspenda a medida judicial, por justificar que ela ignora a “causa principal da paralisação”.
Ainda nesta manhã, durante uma agenda oficial de reinauguração da Praça do Relógio, em Taguatinga, o governador Ibaneis Rocha (MDB) falou tanto sobre a greve dos professores quanto da paralisação dos enfermeiros da rede pública por 12 horas, prevista para a próxima quarta-feira (11/6).
“Hoje, nossa oposição está, digamos assim, flácida e plasma. Então, estão trabalhando junto a esses sindicatos para tentar fortalecer uma base e concorrer às eleições do ano que vem. Agora, sempre estamos abertos à negociação. Não tem problema algum. Então, não vou deixar de istrar para todos, como viemos fazendo, e istrar para pequenos grupos”, declarou.
Colaborou Nathália Cardim