Empresa do crime: grupo violento sequestrava e extorquia vítimas
Em um dos casos, uma família inteira foi raptada e somente foi liberada após uma transferência de R$ 200 mil
atualizado
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Uma espécie de empresa do crime que causou terror e insegurança na região metropolitana de Porto Alegre (RS) foi alvo da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS) na manhã desta quinta-feira (5/06).
Segundo os investigadores, a comunidade colombiana que vive em Canoas era o alvo principal dos criminosos.
As investigações revelaram que o grupo, que agia com extrema crueldade e planejamento, cometeu uma série de crimes violentos.
Segundo a delegada Isadora Gallian, que coordena as ações, o primeiro caso investigado aconteceu em 7 de março deste ano, quando um motoboy, de 32 anos, foi brutalmente sequestrado em Sapucaia do Sul, enquanto realizava uma cobrança na cidade.
“No crime, a vítima foi agredida e mantida acorrentada em um cativeiro. Os criminosos pediram valores de R$ 30 mil a R$ 50 mil para libertá-lo. Depois de efetuar transferências de R$ 2 mil, o motoboy foi liberado”, detalhou.
Um outro crime investigado aconteceu em 2 de abril de 2025 em Esteio, quando uma vítima, também colombiana, foi atraída para um local, momento em que foi sequestrada, ameaçada e somente liberada após a transferência de R$ 5 mil pela esposa.
Ao longo das diligências, a polícia descobriu que o mesmo grupo já cometeu diversos outros crimes similares. Um deles ocorreu em 28 de abril deste ano, em Canoas, quando a quadrilha extorquiu R$ 200 mil após sequestrar a família inteira de um empresário, incluindo a esposa e a filha dele, de 13 anos.
Conforme as informações readas pela Polícia Civil, a organização possui uma estrutura bem definida, com divisão clara de funções entre os membros. Alguns são responsáveis pela abordagem e contenção das vítimas, outros pela vigilância do cativeiro, e há ainda aqueles especializados nas negociações e no recebimento dos valores extorquidos.
A delegada declarou que o grupo demonstra alto grau de planejamento, selecionando previamente vítimas com poder aquisitivo e utilizando tecnologia moderna, como aplicativos de mensagens e transferências eletrônicas, para consumar os crimes.
Operação
A Operação Cifra Oculta, coordenada pela 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com apoio da Delegacia de Polícia (DP) de Esteio, foi deflagrada nesta quinta (5) com o objetivo de desarticular a organização criminosa.
Foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, um mandado de prisão temporária e 18 mandados de busca e apreensão nos municípios de Sapucaia do Sul, Esteio e Torres. Quatro indivíduos foram presos. Também foram apreendidos uma arma de fogo e celulares.