Trama golpista: Torres diz ao STF que não identificou fraude nas urnas
Anderson Torres é ouvido na ação que investiga uma suposta trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder
atualizado
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Após o depoimento do ex-comandante da Marinha almirante Almir Garnier Santos, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes começou a interrogar o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, nesta terça-feira (10/6). Ele é ouvido na ação que investiga uma suposta trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder após as eleições de 2022.
Ao ser questionado pelo ministro sobre um suposto pedido de Bolsonaro para que ele colaborasse com a tese de fraudes nas urnas, Torres afirmou que não há nada “que aponte fraude”.
“Nunca chegou essa notícia até mim. Eu ava isso quando era questionado pelo presidente ou por qualquer outra autoridade, sempre ei isso, de que nós não tínhamos, tecnicamente, nada para dizer sobre as urnas eletrônicas”, declarou Torres.
A Primeira Turma do STF retomou, nesta terça-feira (10/6), os interrogatórios dos réus. Nessa segunda-feira (9/6), foram ouvidos o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem – atualmente deputado federal.
Os réus foram divididos em grupos de acordo com a atuação de cada um deles.
Já a sessão desta terça começou às 9h. Os trabalhos foram retomados com o depoimento do ex-comandante da Marinha almirante Almir Garnier Santos, que negou ao ministro Alexandre de Moraes ter visto a minuta de golpe de Estado.
Interrogatório no STF
- Os interrogatórios começaram na segunda (9/6) e vão até sexta-feira (13/6).
- Todos os réus precisam estar presentes na Primeira Turma do STF para responderem às perguntas da Procuradoria-Geral da República (PGR) e dos ministros da turma. Mesmo os que já prestaram esclarecimentos, como Mauro Cid e Alexandre Ramagem, devem estar presentes durante o restante das audiências.
- Único que não participará presencialmente é o general Walter Souza Braga Netto, que segue preso no Rio de Janeiro e, por isso, prestará depoimento por videoconferência.
- Tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid foi o primeiro a ser interrogado, por ser o delator do caso.
Após o depoimento de Garnier, serão ouvidos, na seguinte ordem pelo critério alfabético:
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal; –
- Augusto Heleno, general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- e Walter Souza Braga Netto, general e ex-ministro da Casa Civil (de forma remota)
Pela dinâmica definida, na hora de depor, o réu se levanta, senta no banco central, à frente dos ministros, e, quando terminar de falar, volta para o assento original.