INSS: Lula pediu “cautela” à PF para não punir “de forma precipitada”
O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023
atualizado
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Durante entrevista coletiva convocada pelo Palácio do Planalto, na manhã desta terça-feira (3/6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre o ressarcimento a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que foram vítimas de descontos indevidos, o que ficou conhecido como Farra do INSS. O esquema foi revelado pelo Metrópoles.
De acordo com Lula, “todo mundo sabe que isso é um erro feito no governo ado. Possivelmente propositadamente”. “Queremos ir a fundo. A CGU [Controladoria-Geral da União] é muito séria, a Advocacia Geral da União [AGU] é muito séria, e a Polícia Federal [PF] é muito séria. Então nós vamos investigar. Quem errou vai ser punido”, afirmou.
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Apesar disso, o presidente afirma que pediu cautela à PF para evitar punição precipitada às entidades envolvidas na polêmica.
“Não queremos punir nenhuma entidade de forma precipitada, por isso a cautela, que eu disse à CGU, que eu disse à Polícia Federal: muita cautela para a gente não levar uma pessoa a ser crucificada e depois a gente não pedir desculpa. Não tem importância que demore uma semana a mais”, destacou Lula. “Dando uma chance às entidades para que elas apresentem provas da veracidade da das pessoas. Até agora, não apresentaram. Se alguma apresentar, será levada muito a sério, será investigada corretamente e, se ela não cometeu nenhum erro, não tem que pagar o preço. Mas as outras terão que pagar o preço.”
O processo de devolução está sendo discutido por um grupo formado por representantes da AGU, da Defensoria Pública da União (DPU), do Ministério Público Federal (MPF), além do próprio INSS.
O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela PF e abasteceram as apurações da CGU. Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23/4 e que culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.