Bruno e Dom: MPF oferece denúncia contra Colômbia três anos após crime
Bruno Pereira e Dom Philips foram assassinados há três anos no Vale do Javari. Clima de tensão permanece no local
atualizado
Compartilhar notícia

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta quinta-feira (5/6), Ruben Dario Villar, o Colômbia, apontado como mandante dos crimes que levaram à morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, que estavam em missão na segunda maior terra indígena brasileira.
O crime foi cometido há exatamente três anos, na região do Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas. Bruno e Dom sofreram uma emboscada e foram assassinados por motivo torpe — desprezível, com perversidade — e de forma cruel, sem chance de defesa.
Bruno e Dom foram dados como desaparecidos em 5 de junho de 2022, e as buscas mobilizaram autoridades brasileiras, indígenas, populações locais e a imprensa nacional e internacional.
A decisão ocorre sete meses depois de a Polícia Federal concluir as investigações sobre a participação de Colômbia. Apesar da prisão dos envolvidos, inclusive do homem apontado como o mandante das mortes pela Polícia Federal, o caso segue sem a condenação dos envolvidos.
A denúncia contra o mandante foi apresentada ao juízo da Subseção Judiciária Federal de Tabatinga (AM), onde o processo tramita, pelo procurador da República Guilherme Diego Rodrigues Leal, com auxílio do Grupo de Apoio ao Tribunal do Júri (GATJ). O MPF também solicitou que seja levantado o sigilo dos autos para que, dessa forma, mais informações possam ser divulgadas.
Em outubro do ano ado, o MPF apresentou recurso especial ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que seja mantido o julgamento do réu Oseney da Costa Oliveira, por júri popular. Para o MPF, ele, juntamente com os réus Amarildo da Costa Oliveira e Jefferson da Silva Lima, deve ser julgado por duplo homicídio qualificado. Mas nada avançou depois disso, e ainda não há data para o julgamento.